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Perdi um ente querido durante a gestação

  • Foto do escritor: Ingrid Dantas
    Ingrid Dantas
  • 27 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura


Esse é um relato pessoal, mas que muita gente pode se identificar.


Como é perder um ente querido enquanto se estar grávida?

O mix de emoções, o medo, a dor, a impotência, a proteção... tudo isso vem com força total junto com a notícia.

Muitas mulheres quando grávidas, buscam viver o momento mais harmônico de suas vidas junto com a gravidez. Se manter sã, em paz, serena e feliz o máximo possível, é uma preocupação frequente das futuras mamães, já que a ciência prega tanto a importância das emoções da mãe para o desenvolvimento do bebê.


Hoje em dia temos mais informações do que tínhamos a 20 anos atrás, o que nos permite buscar o máximo de bem estar para nós enquanto abrigamos e geramos um novo ser. Mas, isso nem sempre é possível!

Eu particularmente perdi uma pessoa muito querida quando estava com 4 meses de gestação. E ao contrário do que eu poderia ter feito em outro momento, que seria chorar compulsivamente, eu parei. Silenciei, respirei e parei. Apesar do coração ter disparado com o impacto da notícia, eu parei, quase como se eu quisesse "parar" meu coração, ou acalmá-lo pelo bem do meu bebê.


A minha mente foi à pessoa que tinha falecido, e na mesma hora se voltou à pessoa que estava dentro de mim. Fiquei indo e voltando várias vezes, sem me permitir sentir aquela dor de verdade. Foi como um conflito acirrado. Num segundo queria chorar e meu coração doía muito, e no outro eu respirava, tocava a barriga e parava.


Viver esse momento quando os nossos corpos não são apenas nossos, nós trás um conflito interno muito grande, quando não conseguimos evitar o que sentimos e ao mesmo tempo queremos controlar o que sentimos.

Amor e dor. Muitas vezes se encontram e andam juntinhos. Só nos cabe aceitar esses sentimentos e lidar com eles da melhor forma possível. Da forma que podemos e sabemos.

O nosso bebê vai sentir, claro. Mas cientificamente, ele não será hormonalmente afetado a menos que a adrenalina o alcance de forma rápida e intensa. E a melhor forma de "controlar" isso é respeitar seu tempo e seus sentimentos, sentindo e fazendo que o precisa fazer para se despedir.


Não existe receita para esse momento, é um reflexo, não conseguimos nos preparar para tal, nem tão pouco controlar o que sentir.


Portanto, se sentiu que reprimiu um sentimento, deve em algum momento encontrar um jeito de sentí-lo.

Uma emoção reprimida causa tanta, ou mais dor, do que aquela que foi sentida.


Respeite a sua dor, tanto quanto o amor, e sinta. Despessa-se.


 
 
 

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